Pesquisando sobre o tema que a equipe da qual faço parte escolheu para o mini-seminário da disciplina "Mídia e poder" encontrei opiniões distintas de críticos e estudiosos da comunicação sobre como devemos agir diante de uma notícia que vazou.
A maioria concorda no ponto que é preciso ter certeza de que o assunto é mesmo relevante para poder divulgá-lo. Mas será assim tão simples definir o que é mesmo relevante? E o que vale a pena divulgar mesmo sabendo que se está induzindo uma determinada reação da sociedade.
Em artigo publicado no site do Observatório da Imprensa o jornalista Carlos Eduardo Pestana Magalhães diz que aos veículos de comunicação cabe divulgar informações e não julgar. Na opinião dele, mesmo se a informação for considerada de segurança nacional e for divulgada o problema não é de quem divulgou e sim do governo que deixou algo importante vazar. Fiquei me perguntando se também não somos reponsáveis pelas conseqüências do que publicamos. Será que a segurança nacional vale um furo? Divulgar algo que sabemos que vai levar a sociedade a um pré-julgamento de alguém ou algo vale um furo? Por enquanto, estou mais para o NÃO do que para o SIM.
Ana Rita Marini, no texto "Voyeurismo e espetáculo comprometem o jornalismo", publicado no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, discute a relevância de se publicar uma imagem conseguida sem a ciência de uma pessoa pública. No texto, ela questiona até que ponto essa imagem contribui para a resolução do problema vigente, no caso o acidente da TAM em 2007 que causou a morte de 199 pessoas. Outro pergunta da autora é se a exibição da imagem deixa a população mais informada sobre o então problema do caos aéreo no país. Dois estudiosos da comunicação entrevistados pela autora acreditam que apesar de ser notícia a veiculação da imagem não tem relevância social.
No entanto, não é só de relevância social que vive o jornalismo, caso contrário não existiriam as publicações voltadas para noticiar a vida de famosos. Acho que a questão de publicar ou não determinados fatos tem de se analisada cuidadosamente caso a caso. O complicado é ter tempo para a reflexão no cotidiano corrido das redações.
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Há 16 anos
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