segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Os admiráveis

A foto ao lado é do grupo "Os admiráveis" que vai apresentar o seminário sobre o livro "Admirável mundo novo" no dia 27 de outubro deste ano. Nesta segunda-feira (29), os admiráveis têm a missão de apresentar o mini-seminário da disciplina. Vamos falar sobre assuntos que viraram notícia porque vazaram e escolhemos três exemplos que tiveram repercussão internacional.

Primeiro vamos tratar do caso do ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero cujas declarações vazaram em transmissão via antena parabólica antes de começar a entrevista que ele daria minutos depois. As declarações de Ricupero, que disse "eu não tenho escrúpulos: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde" tiveram uma repercussão ruim para sua imagem e do governo que tentava eleger Fernando Henrique Cardoso como presidente da República. Na tentativa de dizer à população que não concordava com a forma de agir do ministro, o então presidente Itamar Franco fez Ricupero deixar o cargo e conseguiu eleger FHC.

Em seguida a equipe vai falar de uma imagem que ficou famosa na época do acidente da TAM, em julho de 2007. Dias depois do acidente o então assessor especial da presidência Marco Aurélio Garcia aparece em rede nacional em reportagem da Rede Globo fazendo um gesto que foi compreendido como uma comemoração ao fato de haver a possibilidade de o acidente ter sido causado por uma falha na aeronave. Logo quando ocorreu o acidente a imprensa se apressou em culpar o governo pela tragédia porque a pista do aeroporto havia acabado de passar por uma reforma que não teve resultado satisfatório. Em entrevista, Garcia diz que o gesto foi de indignação pela imprensa ter de pronto culpado o governo sem saber ao certo as causas do acidente, algo que não foi revelado até agora, mais de um ano após a tragédia. Na apresentação, vamos debater a legitimidade de a imagem ter sido divulgada e como a imprensa tratou o fato.

A dúvida do "levar ao ar ou não" também permeia o terceiro vídeo que será debatido que é sobre a entrevista que Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, deu ao programa Fantástico, meses antes de seu julgamento. A reportagem traz uma entrevista vazia na qual a jovem mal responde às perguntas da repórter e insiste numa imagem de pessoa boba que seria incapaz de cometer um crime de tamanha gravidade. Num momento em que não sabia que estava sendo filmada, a jovem recebe instruções do advogado e o áudio é captado pela equipe de reportagem e levado ao ar como se mostrasse um outro lado da jovem ali retratada.

Com esses três vídeos a equipe pretende discutir e gerar um debate na turma sobre o que é realmente notícia, que critérios devem ser considerados na hora de decidir se o assunto será veiculado ou não e como divulgá-lo de forma a evitar um pré-julgamento por parte da população.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Notícias que vazam e o papel do jornalista

Pesquisando sobre o tema que a equipe da qual faço parte escolheu para o mini-seminário da disciplina "Mídia e poder" encontrei opiniões distintas de críticos e estudiosos da comunicação sobre como devemos agir diante de uma notícia que vazou.

A maioria concorda no ponto que é preciso ter certeza de que o assunto é mesmo relevante para poder divulgá-lo. Mas será assim tão simples definir o que é mesmo relevante? E o que vale a pena divulgar mesmo sabendo que se está induzindo uma determinada reação da sociedade.

Em artigo publicado no site do Observatório da Imprensa o jornalista Carlos Eduardo Pestana Magalhães diz que aos veículos de comunicação cabe divulgar informações e não julgar. Na opinião dele, mesmo se a informação for considerada de segurança nacional e for divulgada o problema não é de quem divulgou e sim do governo que deixou algo importante vazar. Fiquei me perguntando se também não somos reponsáveis pelas conseqüências do que publicamos. Será que a segurança nacional vale um furo? Divulgar algo que sabemos que vai levar a sociedade a um pré-julgamento de alguém ou algo vale um furo? Por enquanto, estou mais para o NÃO do que para o SIM.

Ana Rita Marini, no texto "Voyeurismo e espetáculo comprometem o jornalismo", publicado no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, discute a relevância de se publicar uma imagem conseguida sem a ciência de uma pessoa pública. No texto, ela questiona até que ponto essa imagem contribui para a resolução do problema vigente, no caso o acidente da TAM em 2007 que causou a morte de 199 pessoas. Outro pergunta da autora é se a exibição da imagem deixa a população mais informada sobre o então problema do caos aéreo no país. Dois estudiosos da comunicação entrevistados pela autora acreditam que apesar de ser notícia a veiculação da imagem não tem relevância social.

No entanto, não é só de relevância social que vive o jornalismo, caso contrário não existiriam as publicações voltadas para noticiar a vida de famosos. Acho que a questão de publicar ou não determinados fatos tem de se analisada cuidadosamente caso a caso. O complicado é ter tempo para a reflexão no cotidiano corrido das redações.

Blog de Mídia e poder

Este blog é um trabalho da disciplina "Mídia e poder" da Pós-graduação em comunicação da Faculdade Caspér Líbero, em São Paulo. Ele será atualizado, pelo menos, uma vez por semana com reflexões sobre o papel da mídia e o poder que ela exerce na sociedade.

Se você tiver alguma reflexão para fazer sobre esse tema, mande sua opinião para esse blog.